Educando filhos rebeldes

Educando filhos rebeldes

Infelizmente são poucos os pais que recorrem aos cuidados psicológicos para conhecer e buscar melhorias da relação familiar

Provavelmente você já tenha presenciado alguma criança chorar muito, se jogar ao chão ou mesmo agir de forma tão inapropriada ao lado de seus pais, os quais se vêem em situações complicadas sem saber agir de frente a uma explosão infantil. Algumas crianças se apresentam inflexíveis com suas frustrações desde o nascimento, como exemplo aqueles bebês que já vem ao mundo com temperamento difícil podendo apresentar cólicas, demonstrar dificuldades de sono tranquilo, dificuldades para conseguir se alimentar ou aquelas que apresentam choro fácil, reagindo negativamente a qualquer desconforto aparente.

Infelizmente são poucos os pais que recorrem aos cuidados psicológicos para conhecer e buscar melhorias da relação familiar junto aos cuidados destas crianças que na grande maioria das vezes acabam por serem rotuladas como mal educadas, rebeldes, mimadas, desafiadoras e sem limites. Rótulos como estes acabam por criar um abismo de incompreensão entre pais e filhos, gerando maiores dificuldades de calmaria e tranquilidade talvez por toda a vida desta criança.

Gosto da expressão que “nenhuma criança nasce doente ou rebelde”, pois precisamos admitir que somos sim os responsáveis pelas emoções de nossos filhos desde a gestação, quando mesmo dentro da barriga de suas mães, estes já apresentavam a capacidade de sentir tudo que ocorre lá fora no núcleo da família.

Identificar sentimentos, frustrações e sintomas de uma criança não acontece simplesmente no convívio com ela, dependemos de ferramentas específicas dentro de um espaço terapêutico, o que pode ocorrer facilmente com um profissional da psicologia, basta atenção e cuidado dos pais na intenção de alcançar o bem estar desta criança.

 

Falha de comunicação familiar

Pense… Se a mãe não gosta que a criança coma doces antes de almoçar, isso significa que pais e avós precisam respeitar esta regra inicial, pois a primeira “sociedade” que a criança reconhece é a casa onde mora e seus pais. Caso algum familiar teime em quebrar momentaneamente esta regra, isso pode gerar uma confusão na cabeça desta criança, indicando que limites são diferentes para cada pessoa e não precisam ser seguidos com tanto afinco. Isso ocorre muito entre casais que pensam de formas diferentes, mas esta divergência só pode ocorrer longe dos ouvidos dos pequenos, jamais na presença deles.

Seu filho é sua imagem e semelhança

Todos sabem que filhos são referencias dos pais, mas todos precisam entender que a criança não age diferente do que reconhece dentro de casa. Todas as brincadeiras dos pequenos desde bebês acontecem por imitação dos adultos, até mesmo os primeiros sons que balbuciam são imitados do que escutam dentro de casa. Hábitos como não fumar, comer frutas e legumes, dormir e acordar no horário, como a criança fala, dentre muitos outros são resultados de comportamentos aprendidos e imitados, sendo assim não adianta falar, pois a criança vai imitar seus comportamentos, apenas faça e deixe que ela o acompanhe!

Criança no comando

Sabemos que alguns momentos são difíceis com os pequenos, mas ceder aos desejos das crianças em momentos da birra e do grito significa mostrar claramente que a criança tem o comando, que o comportamento emitido por ela irá fazê-la ganhar sempre, basta chorar e agir da mesma forma! As crianças estão todo momento desafiando os limites do mundo para conseguirem saber o que é certo ou errado na vida e somente o diálogo insistente dos pais irá ensiná-las como viver sem inseguranças. Elas precisam compreender as situações pelas quais estão submetidas e saber que não podem fazer tudo o que querem, neste momento é que entra a paciência e amor para abraçar e dar carinho quando usar o “não”.

Agir com negatividade ou maldade

Fazer ameaças como castigo caso a criança não obedeça, lamentar ou denegrir erros do cônjuge, contar mentiras dentre outras atitudes negativas enfraquece a moral dos pais perante a criança, além de que prejudicam os filhos na hora de lidar com frustrações e amadurecer valores. Seus pequenos precisam sentir proteção dos pais e nestes casos podem tornar-se inseguros por não terem exemplos de afetividade, sofrendo muito com a ausência de harmonia e união da família.

Não existem pessoas ou pais perfeitos, assim como não existe um modelo de educação ideal, mas existem erros que podem ser evitados e atitudes fundamentais que devem ser regidas pelos pais a seus filhos.

Como diz o grande administrador Max Gehringer ” Não eduque seu filho para ser rico, eduque-o para ser feliz, assim ele saberá o valor das coisas e não o seu preço.”

Autor: 
Estela Cristina Parra

Psicóloga Clínica e Organizacional
CRP: 06/119083

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