Quem é você, qual sua máscara?

Quem é você, qual sua máscara?

Se hoje lhe fizerem esta simples pergunta, solicitando para que se apresente, você conseguiria se colocar verdadeiramente?

Em muitos momentos de nossas vidas as situações nos fazem parar e pensar: “Mas por que as coisas têm de ser assim?” Somos seres extremamente complexos e inteligentes, nossa vida acontece marcada por experiências diversas desde a infância, as quais nos levam a formar nossas impressões e interpretações de pessoas e do mundo em que vivemos. Assim como nossas escolhas de amizades e modelos de referências são guiadas e nos influenciam automaticamente, fazendo parte das nossas decisões e daquilo que nos formamos. Em resumo, todos nós nascemos originais e ao longo do tempo nos tornamos cópias parciais de outras pessoas.

Tendo em vista nosso desenvolvimento, pode-se afirmar que “o envelhecimento é algo obrigatório, mas o crescimento pessoal é intimamente optativo” e só depende unicamente de nós mesmos. Este sim é um fator que nos leva a adquirir uma série de características que nos tornam mais maduros, autônomos e capacitados. O desenvolvimento pessoal oferece melhor posição como opiniões mais fundamentadas, escolhas e gostos mais apurados e capacidade de encarar o mundo que nos rodeia com mais racionalidade.

Não somos acostumados e/ou educados a sermos únicos, mas ainda assim possuímos autonomia para optar pelo nosso desenvolvimento, o qual pode ser a chave maior satisfação e felicidade, alcançando a consciência, responsabilidade e um existir mais verdadeiro e livre de travas. Nossa mente pode nos provocar enganos de percepção, exigindo que sejamos sempre fortes e vencedores, satisfazendo o desejo de um mundo e não das nossas mais profundas escolhas, resultando em pessoas frágeis emocionalmente no uso de máscaras sociais.

Algumas máscaras nos levam a agir de forma inusitada, tendo em vista que cada pessoa possui uma personalidade: Máscara agressiva para comprovar que somos fortes; Máscara da agressividade verbal para buscar afirmação acima de outras pessoas; Máscara da intelectualidade para oprimir a fragilidade dos próprios sentimentos.

Um dos problemas é que, desde crianças somos ensinados de que não podemos ser frágeis, que perder é vergonhoso e para podermos cuidar de nossas máscaras precisaríamos inicialmente assumir tais fraquezas, algo inaceitável por pessoas mais rígidas. Porém só podemos buscar auxílio e cura para aquilo que conhecemos, pois auto conhecimento é mergulhar no oceano do próprio coração e da própria mente, identificando medos, fobias, traumas, etc.

Nossa mente pode sim nos pregar peças, a forma como pensamos e processamos informações nos causam problemas e sofrimentos, trazendo obstáculos aos nossos objetivos, podendo até nos passar a sensação que estamos perdendo o controle. Portanto, saiba que não precisamos ser máquinas programadas pelo ambiente, não somos apenas nossos pensamentos, somos mais… Somos os programadores de nossa vida, usando de palavras ouvidas, imagens registradas e sentimentos guardados, mas que devem ser corretamente gerenciados.

Grande parte das vezes que ficamos ansiosos ou nervosos emitimos atitudes que nos levam ao arrependimento, pois estamos conscientes destas situações e ainda assim erramos. Então precisamos verificar nossa programação do pensar, as quais foram instaladas desde a infância, revendo nossos pensamentos que não são verdades absolutas e estão sim passíveis de mudanças.

A jornada do conhecimento individual pode abrir portas e compartimentos internos tão secretos que grande parte das pessoas mal conseguem se visualizar. Pois são locais nunca antes visitados e isto se chama “auto conhecimento”, tal qual depende da subjetividade, de um olhar para dentro de si como realmente funcionamos, o que não é nada fácil.

É verdade que nos frustramos ao notar o quanto somos frágeis, porém as frustrações que causam conflitos nos forçam a reagir, demonstrando uma verdade dolorida, porém gerando confiança, paz e segurança. A psicoterapia e análise pessoal são formas de vivenciar maior controle sobre sua capacidade de gerir seus pensamentos e, consequentemente, ficar no comando da sua mente, permitindo o necessário para se liderar, mesmo que em meio a grandes e dolorosos conflitos.

“Não somos apenas o que pensamos ser. Somos mais! Somos também, o que lembramos e aquilo de que nos esquecemos; somos as palavras que trocamos, os enganos que cometemos, os impulsos a que cedemos…sem querer”  ,

Autor: 
Estela Cristina Parra

Psicóloga Clínica e Organizacional
CRP: 06/119083

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