Desafios de convívio no trabalho
Grande parte de nós precisamos manter um bom emprego, benefícios e estabilidade, consequentemente convivendo com colegas de trabalho, os quais acabamos passando a maior parte de nosso tempo, de nossas vidas… Mas infelizmente nem sempre as coisas acontecem tão tranquilamente como nesta frase, pois por vezes estamos em uma situação onde o emprego é ótimo, mas nossos colegas de trabalho são pessoas extremamente difíceis, fato que acontece muito e que acaba resultando em um estado de desmotivação.
A verdade é única, nenhum convívio é simples, pois todos somos diferentes, principalmente em ambiente de trabalho onde a colaboração entre as pessoas é essencial para se alcançar um objetivo comum e neste intuito, a melhor saída é aprender a lidar com os diferentes tipos de pessoas, mesmo aquelas mais inconvenientes, sem se deixar contagiar pelo perfil negativo ou irritadiço de alguns, pois se pensarmos bem, conflitos são essênciais para que alcancemos mudanças e crescimento pessoal.
Inteligência emocional
Desenvolver a inteligência emocional é um fator importante na convivência com o outro, pois compreende o desenvolvimento da capacidade de se relacionar (ouvir e comunicar) com os demais. Um colega de trabalho inteligente emocionalmente não é aquele que controla as suas emoções (por exemplo, a raiva), mas sim aquele que controla as suas ações e não descarrega esta raiva como forma de explosões.
Casos clínicos indicam que atualmente falta cumplicidade entre as pessoas, o que tem chamado atenção de líderes e chefias. O companheirismo e humildade está em extinção e o foco não é se submeter às vontades dos demais, mas sim compreender o outro e poder estabelecer um diálogo livre das próprias emoções negativas.
É importante ressaltar que muitas vezes estas pessoas difíceis de lidar não se percebem agindo desta forma inadequada, pois é algo natural que elas carregam há anos, desde a formação de dentro de casa e sendo assim acabam por não perceber que suas atitudes afetam os demais.
Ao estarmos de frente com situações difíceis no trabalho o melhor comportamento que podemos emitir é a abstração. Devemos ao máximo evitar atritos, suspendendo nossas emoções mais fortes e buscando não demonstrar tanta importância aos ataques, pois nunca seremos totalmente imunes às pessoas difíceis.
Autoconhecimento e autocontrole são peças fundamentais para nossas relações em geral, principalmente por que se perdermos a cabeça, poderemos atrair problemas que comprometam nossa imagem e consequentemente arrependimento posterior. Quando nos conhecemos verdadeiramente acabamos por controlar e tratar nossas fragilidades, facilitando a vida do outro que faz parte de nosso cotidiano, desta forma compreenderemos mais as atitudes dos colegas, poderemos oferecer maiores benefícios com nossa presença e nos livramos de dificuldades como a agressividades e atritos desnecessários, auxiliando grandemente a convivência.
Colegas calculistas, invejosos, fofoqueiros, chorões, piadistas, fracassados, mimados ou controladores, vários são os perfis que podem estar passando pela sua mente neste momento e a melhor solução é sempre evitar muita intimidade, manter a racionalidade e mostrar seu profissionalismo acima de qualquer situação.
No mundo competitivo é comum vermos pessoas que não medem esforços para conquistar o que desejam, mesmo que isso custe causar prejuízos aos demais colegas de trabalho.
Tenha consciência de que você não tem o poder de mudar o comportamento nem as atitudes das outras pessoas, mas pode e deve mudar a forma como você reage a elas, mudar você de frente a estas dificuldades, seguem algumas dicas:
– Use de objetividade em conversas e evite falar sobre assuntos pessoais.
– Em casos de fofocas, converse a sós em local e momento apropriado para esclarecer problemas.
– Evite indiretas e comentários sobre a vida pessoal dos colegas.
– Não pague na mesma moeda, não gaste suas energias com ações inúteis, invista em seu trabalho, pois contra fatos não há argumentos.
Pessoas difíceis naturalmente acabam perdendo empregos, amigos e boas oportunidades de negócios e não é sempre que possuem um amigo leal para indicá-las sobre suas faltas. Neste caso a psicoterapia possui a intenção inicial de mostrar a estas pessoas que boa parte de seus problemas são causados por elas mesmas, por mais que seja difícil perceber isto quando nos tornamos conscientes fica muito mais produtivo buscar mudanças.
Busque o autoconhecimento e evite recorrer à terapia para superar os traumas de convívio.
Autor:
Estela Cristina Parra
Psicóloga Clínica e Organizacional
CRP: 06/119083
