Dias de festas… e guerra dentro de mim

Dias de festas… e guerra dentro de mim

Chegamos ao período de festas, fase de muitas ou poucas reuniões familiares.. Ou quem sabe, fase talvez de muitas angústias, lembranças tristes e por que não dizer, tempos de traumas e frustrações mal trabalhadas? Pois é… Como está sua alma? Como fica neste momento? Será que nosso coração está realmente afinado ao ideal de amor incondicional das festas? O que fazer e como fazer para se encaixar em um momento cultural tão forte como este e demonstrar felicidade com nossos familiares, mesmo ainda sentindo grandes dores internas?

Nossa cultura e educação nos ensina a valorizar relacionamentos perfeitos, aqueles sem brigas ou atritos, assim como nos recomenda que o amor incondicional é “o ideal”. Existem muitas pessoas que pregam este ideal como uma meta para uma vida, outras pessoas apenas buscam viver sem ressentimentos, mas será que isso realmente é possível?

Sim, devemos amor incondicional aos nossos pais, aos nossos filhos e irmãos, mas também sabemos que o amor deve estar vinculado a um pacto de fidelidade e fraternidade que talvez nem sempre está ativo nas relações. Precisamos considerar ainda que é possível que alguns relacionamentos não sejam tão saudáveis, que algumas relações possam estar permeadas de problemas psicológicos ou permeadas de sentimentos negativos como culpas, rancores ou dissimulações.

Neste ponto específico é que indico um alerta para a submissão de situações ou fatos que possam estressar mais um sujeito ou mesmo auxiliar na promoção de doenças psicossomáticas compostas por encenações e até mesmo chantagens emocionais que podem iniciar dentro de casa e com familiares. Alguns estudos psicodinâmicos indicam dificuldades e traumas em famílias alcoólatras, famílias de  filhos superprotegidos e perpetuação de relações nocivas diversas que nos levam a discutir o tema… Será que a união familiar pode fazer o bem para todos os sujeitos?

A imposição em um núcleo familiar deve ser cessado e as escolhas devem ser respeitadas para todo e qualquer indivíduo. Não prego aqui uma imposição e muito menos o afastamento dos familiares, mas precisamos prezar e respeitar as escolhas do ser humano que necessita e tem a  obrigação de buscar bem estar e saúde mental, mesmo que seja em locais não familiares, mas que o façam sentir menor angústia, menor dor.

Históricos clínicos indicam casos semelhantes, exemplos: A real influência da família sobre o estado emocional de um paciente; A real aflição de pacientes decorrente de relações problemáticas passadas ou presentes; O sentimento de angústia ou transtorno emocional por estar distante dos familiares; Como o cotidiano pode constatar casos de famílias que se apresentam bem estruturadas e possuem sérios problemas emocionais ou de comportamentos sem que busquem auxílio, resultando em grande falha estrutural, sendo que poderiam manter relações maravilhosas.

De acordo com (Féres-Carneiro,1992), pode ser que o potencial para um bom crescimento emocional e satisfatório desenvolvimento psíquico de um sujeito esteja submetido pelas possibilidades que a família tem para encontrar alternativas e solução de seus problemas, existindo como um núcleo que pode gerar bons ou maus frutos emocionais.

É possível manter os níveis positivos de saúde emocional familiar, assim como mediar atitudes negativas para maior compreensão do núcleo, porém a escolha e busca deste auxílio deve acontecer a partir do afetado, daqueles que sintam maior sofrimento, pois as atitudes dos membros são determinantes para o bem estar geral.

Considerando a importância da família e das personalidades de seus membros pense: Sua família está bem de saúde? Como é a família que faz mal à saúde?

Saibam que algumas coisas dependem do destino, muitas outras dependem somente das pessoas, sendo assim:

  • Busquem atitudes que contribuam para relações mais harmoniosas;
  • Pensem em ações mais tolerantes e compreensão na busca da construção ou reconstrução de sua família, mas pensem primeiramente na sensação de bem-estar de todos os membros;
  • Treinem a comunicação;
  • Mantenham o diálogo no dia a dia, não somente em festas ou dias especiais;
  • Desenvolvam atividade do cotidiano juntos;
  • Aprendam a rir dos próprios defeitos;
  • Exponham e respeitem a opinião do outro;
  • Façam planos juntos;

Não se entreguem à degeneração e destruição dos valores familiares que estão acontecendo no mundo, mas não abram mãos do direito de ser feliz. Temos direitos individuais, mas também deveres, sendo assim busquem revalorizar a estrutura familiar, se necessário busque auxílio da psicologia, certamente os frutos serão positivos.

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