“TROCO ÁGUA POR CHOCOLATE” Se alimentando de emoções.

Observando este convite interessante e até certo ponto encantador, faço referência e convido a uma reflexão a respeito de seus sentimentos e emoções ao se alimentar com um simples copo de água ou com uma bela barra de chocolate.

O filme mexicano “Como água para chocolate”, de 1992 descreve o quanto o alimento está ligado aos sentimentos logo nas primeiras cenas, momento em que a protagonista relata que “O ruim de chorar quando se pica cebola não é o fato de chorar, e sim que, às vezes, não se consegue parar…”.

Os alimentos carregam emoções em seus pedacinh
os, ativam instintos propulsores de memórias e de sentimentos. Expressões como “comida da mamãe” ou “comidinha caseira” já demonstram absolutamente como o alimento pode trazer a tona sentimentos da infância, de amor ou angústia, sentimentos estes que carregam intimidades, vínculos afetivos e lembranças preciosas.

Nós e nosso alimento construímos uma relação, alguns amam seu alimento, outros possuem resistências com eles de tal forma que o ingerem e repelem, pois não suportam mantê-los dentro de si. Porém a comida não é a única a te completar, ela por si só não substitui o afeto, ela não é mais interessante do que todos seus amigos, reflita… “Quanto tempo do seu dia você está envolvido com a comida? Seja comendo ou pensando nela?”…

Comensalidade pode ser uma forma de compreender o significado de “comer juntos”, ação que a cada dia que passa, famílias deixam dissolver… A comensalidade significa partilhar alimentos, o que nos leva a novas sensações, tornando a experiência do “simples comer” em algo mais profundo e sensorial por estarmos unidos aos nossos.

Manter bons hábitos alimentares pode ser uma tarefa árdua de início, por vezes pode ser necessária motivação para aceitar novos sabores e aromas, porém valorizar os alimentos e apreciar suas diferenças pode ser como cultivar novas amizades com todas suas características diversas. A natureza permanece generosa com seus pântanos de valores medicinais, com a abundância de mares, solo, água potável, frutas e legumes riquíssimos, valorizem e busquem esse conhecimento.

Cuide de sua fome emocional, talvez sua fisiologia esteja querendo que você fuja de problemas descontando na alimentação, na busca pelo conforto imediato.

Se precisar busque ajuda psicológica, lembre-se que a emoção resolvida não vira comida! Se não for fome, não coma, simplesmente pare e pense no sentimento que pode estar gerando esse vazio não da comida e sim emocional.

Autor: 
Estela Cristina Parra

Psicóloga Clínica e Organizacional
CRP: 06/119083

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