Meu problema, culpa sua!

Meu problema, culpa sua!

A culpa é um sentimento de frustração gerado pelo confronto de nossos desejos (imaginação) de frente com a realidade. Dá-se como resultado de um desenvolvimento pessoal inadequado que sempre irá nos remeter a um passado onde nossas ações resultaram em um futuro pior.

É comum encontrarmos pessoas que sofrem por não terem dado conta de tudo o que precisavam fazer em um dia de trabalho, mães que sentem que não fizeram o suficiente pelos seus filhos, pessoas que acham que se houvessem tido comportamentos diferentes teriam um resultado ou futuro melhor.

A culpa acompanha constantemente grande parte das histórias de vida, transformando pessoas livres em prisioneiros de ideias fixas e acontecimentos do passado. Porém em algumas pessoas este sentimento é tão forte e negativo que elas passam a viver um processo de auto-depreciação, pois não se sentem capazes em corrigir suas atitudes, de tentar novamente, se colocando em uma dívida impagável com suas ações.

Como citado acima, o que nos leva a estes sentimentos nocivos podem ser situações concretas ou imaginárias, pois a culpa aparece quando o remorso é guardado, muitas vezes contaminando todo nosso ser. Estas situações podem estar ligadas a falecimentos de entes queridos, separações, imposição de regras e julgamentos ou até mesmo coisas que aparentemente deveriam ser boas como dinheiro e felicidade, fatores que podem ser desencadeantes de raiva reprimida, rejeição, tristeza, depressão, isolamento e até doenças resultantes de somatizações.

É importante o aprendizado de técnicas de libertação destes sentimentos negativos que nos acompanha, para que possamos manter um bem-estar físico e psicológico e assim conseguirmos nos visualizar como merecedores, sem a necessidade de apenas agradar.

Sentir culpa é como se sentir indigno, mau, carregando remorso e censura, que resulta em muita raiva guardada funcionando contra nós mesmos, nos levando a um tipo de autopunição que corrói nossa alma e que muito nos impede de sermos verdadeiros e felizes.

Precisamos aprender a visualizar o sentimento de culpa como algo que nos impulsione a corrigir nossos erros, jamais nos aprofundando em sentimentos ruins. É óbvio que a culpa gera vergonha e sofrimento, mas sentir e absorver estes sentimentos não nos livra deste mal, apenas geram maior autocrítica e tristeza, que nos levam a sermos pessimistas e incapazes de desfrutar bons momentos e nos relacionar satisfatoriamente.

A culpa, mesmo que sendo um sentimento negativo, pode tornar-se algo construtivo, pois podemos nos adaptar com as situações vividas, modificando nossas interpretações e pensamentos, lidando da maneira correta com estes sentimentos. Ao contrário do que muitos podem imaginar, de nada adianta tentar jogar ou transferir a culpa para outras pessoas, pois a sensação resultante é de um alívio imediato e falso que pode gerar danos maiores aos relacionamentos.

Assuma a responsabilidade por seus atos e acredite que possui capacidade para melhorar, corra atrás do prejuízo com responsabilidade, peça desculpas, busque mudar seus comportamentos, se esforce, perdoe-se, pois estes fatores são essenciais para sua existência emocional.

Ao mesmo tempo em que sentir que suas ações passadas poderiam ser melhores, lembre-se que é possível retirar coisas úteis de nossas experiências e positivá-las no presente. O sentimento intenso de culpabilização pode ser frequente e é importantíssimo identificar se o acompanhamento psicoterapêutico é necessário em seu caso, considerando que sempre podemos estar sujeitos a riscos de alterações e sofrimentos mentais mais graves.

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