Vivendo na montanha russa do transtorno bipolar

Vivendo na montanha russa do transtorno bipolar

O transtorno bipolar é um transtorno de humor que acontece a partir de forte componente genético e está associado às alterações funcionais do cérebro, mais especificamente nas áreas de processamento das emoções e motivações, resultando em pensamentos acelerados e desorganizados. Desta forma, as ideias se tornam tumultuadas, dificultando o raciocínio entre as circunstâncias e situações, tornando pessoas inadequadas à ambientes sociais e situações em geral.

Pessoas que apresentam a bipolaridade são instáveis, oscilam repentinamente entre sentimentos de euforia e depressão, se apresentando instantaneamente alegres e eufóricos ou apáticos e deprimidos em curtos espaços de tempo, sem que o ambiente justifique tais mudanças bruscas. Estas pessoas acabam gerando em si próprios uma autocrítica comprometida e em alguns casos agindo até como se estivessem sob efeito de álcool ou drogas.

As primeiras manifestações do transtorno podem surgir ainda na infância, se evidenciando posteriormente na adolescência e fase adulta.

Crianças acometidas deste transtorno apresentam-se imprevisíveis, inquietas físicas e mentalmente, com pouco controle dos impulsos e concentração, rebeldes, desafiadoras e hostis.

Adolescentes demonstram características diferentes, sendo mais fáceis de identificar entre 18 e 25 anos, fase em que se deparam com o estresse psicossocial, resultando em jovens mais inseguros e indefinidos, levando a possíveis comportamentos de risco, sexualidade acentuada e contatos com drogas.

A bipolaridade é parte dos quadros de depressão, porém apresenta características mais fortes cercadas por crises. Estudos indicam que adultos possuem ciclos rápidos destas crises com uma média de 4 vezes ao ano, porém em crianças esta ciclagem pode se apresentar em números altíssimos, necessitando do apoio familiar para o devido diagnóstico e cuidado.

Nada impede que adultos ou idosos em atividades comuns repentinamente desencadeiem a bipolaridade, apresentando alterações de humor, irritabilidade, distúrbio do sono e hiperatividade e baixa tolerância a frustração.

Estima-se que 1,8 a 15 milhões de brasileiros sejam portadores de bipolaridade nas suas diferentes formas de apresentação. Dados da Organização Mundial de Saúde evidenciaram que o este transtorno tenha sido a sexta maior causa de incapacitação no mundo, após a depressão e a esquizofrenia.

O transtorno bipolar tipo 1 é diagnosticado quando o paciente apresenta pelo menos um episódio de crise dos sintomas de valorização exagerada da estima, mania de grandeza, pouco ou nenhum sono, irritabilidade, agitação, comportamento de alto risco, e também sintomas psicóticos, tais como alucinações visuais ou auditivas, apresentando ou não sintomas depressivos.

O transtorno bipolar tipo 2 requer maiores avaliações de profissionais capacitados, incluindo estudos específicos dos episódios como depressão maior recorrente e associações aos episódios de euforia.

O devido diagnóstico do transtorno bipolar deve ser realizado por um profissional capacitado (psiquiatras e psicólogos), pois envolvem avaliações abrangentes da vida do paciente e deve estar acompanhado do uso de medicamentos por toda vida. Mesmo considerada uma doença grave de cuidado contínuo, o paciente pode levar uma vida normal como qualquer outra pessoa, desde que bem acompanhado por profissionais qualificados.

Se sentir necessidade, busque auxílio profissional, um psicólogo poderá lhe indicar o melhor caminho e oferecer apoio no intuito de buscar maior qualidade de vida para você e seus familiares.

Autor: 
Estela Cristina Parra

Psicóloga Clínica e Organizacional
CRP: 06/119083

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