HIPNOSE… Dos picadeiros aos consultórios.

HIPNOSE… Dos picadeiros aos consultórios.

A mente tem muita influência sobre a saúde do corpo.
(980 – 1037) Esse conceito, conhecido na Grécia antiga e compartilhado pelos chineses e pelos romanos, ganhou forma definitiva com o filósofo e médico árabe Avicena. Suas obras se tornaram referência para as universidades europeias de medicina por 600 anos. Em uma delas, conhecida como Cânone da Medicina, ele explica a diferença entre o estado de sono e o transe hipnótico, que ele chama em árabe de “al-Wahm al-Amil”.

(1734 – 1815) Franz Mesmer que descreveu o transe e chegou a usá-lo para tratar uma paciente, Francisca Österlin. Mas ele caiu em descrédito por falhar em usar a técnica para curar um caso de cegueira. Morreu com a fama de charlatão.
(1843) O escocês James Braid melhorou a teoria de Franz Mesmer e, em 1843, batizou a técnica em homenagem a Hypnos, o deus do sono. Sabe-se hoje que a hipnose não tem nenhum paralelo com o estado de sono.
(1840) O médico escocês James Esdaile realizou mais de 300 cirurgias na Índia usando o “sono mesmérico” como única anestesia.
(1856-1939) As pesquisas de James Braid estimularam pesquisadores como Sigmund Freud e Ivan Pavlov a usá-la como apoio para terapia. Sigmund Freud foi usuário da técnica, até trocá-la pela livre associação de ideias da psicanálise.
(1960) A técnica ganha fama e reconhecimento pelas mãos do psicólogo americano Milton Erickson. Marcado pela poliomielite, ele deu mais liberdade aos pacientes e criou a hipnose moderna.

O CÉREBRO EM HIPNOSE
A hipnose ganhou aval definitivo da ciência em 1997: o psiquiatra Henry Szechtman provocou alucinação auditiva e o neurologista Pierre Ranville fez voluntários colocarem as mãos em água fervendo. Usando a tomografia por emissão de pósitrons, os dois perceberam que o neocórtex estava ignorando os estímulos externos. Desde então, dezenas de pesquisas identificam outras áreas afetadas.

A FAVOR DA SAÚDE
A hipnose é um estado de atenção extrema: desligado dos estímulos externos, o cérebro pode ser induzido de forma a ajudar no tratamento de três tipos de problemas: alívio da dor, comportamentos indesejáveis e doenças psicossomáticas.
No primeiro caso estão pessoas como o inglês Alex Lenkei, hipnoterapista profissional que já passou por seis cirurgias sem anestesia. Mas a técnica também ajuda mulheres em trabalho de parto e é recomendada pelo Conselho Federal de Odontologia. No segundo caso, a hipnose atua para reduzir vícios e comportamentos compulsivos: com a guarda baixa, o paciente pode ser convencido a abandonar o jogo ou as drogas.
Por fim, problemas com base emocional, como o vitiligo, têm no transe hipnótico um aliado. A terapia estimula a produção dos moduladores imunológicos, moléculas que se ligam às células de defesa e evitam que elas ataquem tecidos do corpo.

DEPRESSÃO
O psicólogo pode tratar da doença ao trabalhar problemas do passado do paciente.
ANSIEDADE
Com ajuda da técnica, o medo é substituído por sensações mais agradáveis e amenas.
DISTÚRBIOS ALIMENTARES
Um tratamento inusitado faz o paciente acreditar que tem um balão dentro do estômago.
DOR DE DENTE
Hipnotizada, a pessoa pode ouvir o som de cachoeira quando o motorzinho é acionado.
DORES CRÔNICAS
Estímulos provocados pela dor podem ser parcialmente barrados com ajuda do transe.
TABAGISMO
Alguns meses de terapia ajudam a substituir a sensação positiva atrelada ao cigarro.

SÃO APENAS LENDAS:

CURAS E MILAGRES
A ideia de que igrejas usam hipnose para manipular e curar é estapafúrdia: durante o transe, as pessoas mantêm o senso crítico.
VIDAS PASSADAS
A ciência não aceita a reencarnação nem o uso da hipnose para visitar outras vidas.
SONO PROFUNDO
Desde a década de 1930, sabe-se que o estado de hipnose não tem nada a ver com o sono.
BICHOS
Não adianta balançar um relógio na frente de seu cachorro: eles não podem entrar em transe.
CRIME SEM QUERER
O hipnotizador não pode forçar o paciente a cometer assassinato ou qualquer outro ato.
MENSAGEM SUBLIMINAR
Não existe comercial de TV que faça a pessoa ficar hipnotizada e correr para comprar um refrigerante.

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