Mal estar ocupacional – o esgotamento mental

Mal estar ocupacional – o esgotamento mental

Que tal 24 horas do dia em estado de tensão?Sensação de esgotamento físico e mental, dores de cabeça, dores de barriga, dificuldades de digestão, dores pelo corpo, dificuldade para dormir, palpitações no coração, alterações na pressão sanguínea, sensações de falta de ar, alterações no humor, lapsos de memória, dificuldades de concentração, irritabilidade, ansiedade e depressão… Aparentemente estou narrando todas as piores sensações existentes para um grande mal estar inesperado!Sim, é possível que uma pessoa sinta todos estes sintomas juntos e misturados!

Diversos casos clínicos evidenciam o aumento de queixas a respeito de cansaço e esgotamento mental. Grande parte dos casos aparecemligadosàs atividades profissionais, principalmente em casos onde os profissionais praticam longas jornadas ou necessitam manter contatos diretos com público e pessoas em geral.

O diagnóstico psicológico grupal (diagnóstico de empresas) ainda não é amplamente conhecido ou utilizado por administradores, fator este muito importante na identificação de casos e possíveis soluções para que os espaços laborais possam oferecer condições mais harmônicaspara o trabalho, minimizando impactos nocivos para a qualidade de vida de todos profissionais.

O distúrbio de Burnout (síndrome do esgotamento profissional) foi definido pelo médico psicanalista Freudenberger em 1974, o qual utilizou a expressão em inglês “to burn out” para exemplificar o significado de queima completa.As pessoas mais acometidas pela síndrome de Burnout são aquelas sujeitas a trabalhos em áreas que lidam com as maiores angústias alheias como, por exemplo: professores, estudantes, médicos, enfermeiros,policiais,  profissionais de resgate,profissionais de recursos humanos, agentes penitenciários, bancários, taxistas, entre outros, pois são aqueles que possuem maior dificuldade em sentir realização profissional.

Antigamente os profissionais e estudantes deixavam o espaço de trabalho/escola e se desligavam deles. Atualmente nossos aparelhos de celular e redes sociais não nos permitem desconectar, todos aparentemente estão conectados todo o tempo, imersos em uma nova cultura onde devemos estar ligados 24 horas em tudo o que acontece no mundo.

Como resultado deste mundo descontroladamente ágil e acelerado, muitas pessoas passaram a exigir mais de si mesmas, inclusive nas atividades profissionais, demonstrando esforço excessivo no trabalho, intervalos pequenos para recuperação mental e  também apresentando o desejo destacar-se dos demais. O desejo de realização profissional não pode se transformar em obstinação ou compulsão, é preciso lembrar que somos máquinas delicadas, de saúde facilmente abalável e que nossos problemas psicológicos podem gerar grandes desgastes físicos, fadiga e exaustão.

DICAS

– As pessoas acometidas pela síndrome geralmente percebem que algo está errado, mas não enfrentam o problema e este pode ser um fator desencadeante do início das manifestações físicas;

– Perceba-se em seus contatos sociais, pois o afastamento, assim como momentos de agressividade são sinais evidentes da síndrome;
-Note se você possui a mesma energia para acordar de manhã e ir ao trabalho, assim como se possui dificuldades em aceitar ordens, criticas e participar de reuniões, pois é parte de um tipo de anti-socialização;

– Note se está apresentando mudanças de comportamento, como dificuldade de aceitar brincadeiras com bom senso e bom humor;

– Inclua na sua rotina diária a prática de exercícios físicos emomentos de descontração, pois estas são atividades importantíssimas e o afastamentodestas atividades pode indicar a síndrome;

– Reflita sobre suas condições de trabalho, perceba se estas interferem em sua qualidade de vida, se prejudicam sua saúde física e mental.

O tratamento mais adequado para a síndrome de Burnout depende de diagnóstico correto, utilizando dos cuidados de um médico especialista, com união da prática da psicoterapia para que o indivíduo consiga desenvolver mecanismos de auto defesa para as situações que possivelmente provoquem o esgotamento mental.

Cuide-se, busque autoconhecimento!

Autor: 
Estela Cristina Parra

Psicóloga Clínica e Organizacional
CRP: 06/119083

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