Minha ansiedade de cada dia.
Hoje acordei pensando em qual “roupagem” usar como “look do dia”.
Pensei em escolher por uma roupagem de apreensão ou de preocupação, mas aí me vi melhor em uma roupagem de medo ou mesmo de uma fobia, afinal elas estão na moda e assim eu poderia usar uma peça a mais de inquietação e agitação ao mesmo tempo…
Como já citado na Ed.258 da Revista Superinteressante, ansiedade não é doença.. É parte do nosso sistema de defesa e está projetada em quase todos os animais vertebrados, do peixinho dourado até aquela sua tia histérica.
A ansiedade em doses corretas nos ajuda no progresso pessoal e profissional, nos deixando feliz pela proximidade de um evento, por exemplo. Provavelmente muitas pessoas já experimentaram níveis altos de ansiedade, por vezes como uma resposta de frente a uma mudança ou novidade, pois é exatamente neste momento que se instalam os “receios do desconhecido” ou mesmo os “pensamentos de incapacidade na resolução de algum problema”.
De certo, todos nós já nos preocupamos com nossas decisões e com obstáculos impostos pela vida, o que é absolutamente normal e até certo ponto saudável, pois entendemos que a ansiedade é mediadora de nossos valores de sobrevivência e adaptação. Desta forma podemos considerá-la como um alerta de nosso corpo de frente a um perigo e consequentemente como uma forma de lidar com nossos problemas.
A ansiedade é fisiológica e assim que a ameaça desaparece, a situação ansiosa também deveria desaparecer, levando com ela os sintomas físicos e psíquicos relacionados. O transtorno de ansiedade é um problema psicológico que perturba pessoas a ponto de atrapalhar vidas, gerando tensões e inquietações, tomando proporções não aceitáveis socialmente.
A ansiedade pode ser uma presença constante atrapalhando e incapacitando pessoas, gerando desde a sensação de batimento cardíaco acelerado até ataques de pânico que podem ou não estar associados a um problema. Por vezes os problemas sequer estão claros, mas o sintoma e certeza do perigo se apresentam perfeitamente na vida das pessoas.
Infelizmente, o reconhecimento do problema é individual e depende de cada um, assim como a iniciativa para pedir ajuda desta perturbação TRATÁVEL.
Como buscar ajuda para a ansiedade?
Devemos avaliar o grau de ansiedade que nos envolve, pois alguns distúrbios (não bioquímicos e não clínicos) podem ser tratados simplesmente com ajuda terapêutica ou pelo próprio paciente refletindo a respeito de como se iniciou o desequilíbrio ansioso.
Não se esqueça que momentos de desânimo, depressão ou ansiedade é natural de nosso corpo, não justificando o uso de remédios que possam alterar nosso equilíbrio. Buscar formas de enfrentamento de nossas emoções é de responsabilidade de todos nós, assim como evitar o uso de medicamentos que apenas estarão mascarando nossos sintomas.
Buscar ajuda profissional é como buscar novas respostas e novos caminhos que resultam em maior conhecimento pessoal, consequentemente mostrando coragem para tratar nossos medos e incapacidades íntimas.
Identificar feridas emocionais, reconhecer pensamentos negativos ou automáticos e desenvolver competências que permitam guiar nossas ações é o convite que faço a todos vocês. Pensar sobre nossos pensamentos ajudam a administrar a ansiedade e sei que fazer isso sozinho(a) pode ser difícil. Neste caso conte com a psicoterapia como uma forma técnica, ética e profissional para esta jornada.
Autor:
Estela Cristina Parra
Psicóloga Clínica e Organizacional
CRP: 06/119083
