Obesidade… Você tem fome de que?

Obesidade… Você tem fome de que?

A composição acima, escrita por Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Britto, conhecida na voz dos Titãs nos ajuda a pensar a respeito dos fatores que podem levar uma pessoa a comer.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e metabólica (SBCBM), a obesidade é uma doença caracterizada pelo excesso de gordura no corpo. Esse acúmulo ocorre quando a oferta de calorias é constantemente maior que o gasto de energia corporal e resulta frequentemente em sérios prejuízos à saúde.  Atualmente atinge 600 milhões de pessoas no mundo, 30 milhões somente no Brasil.

Estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) projetam um cenário ainda pior para os próximos anos, estimando-se que em 2015 existirão 2,3 bilhões de pessoas com excesso de peso e 700 milhões de obesos no mundo inteiro. Vários são os fatores que resultam da interação de fatores genéticos, ambientais e  emocionais e também de estilo de vida: Ingestão excessiva de alimentos, ausência de atividade física regular, tendência genética e problemas hormonais. Alterações nas funções das glândulas tireoide, suprarrenais e da região do hipotálamo também podem provocar a obesidade.

As perturbações psíquicas possuem papel fundamental na gênese da obesidade. A psicologia, além de abordar compreensões e tratamentos para transtornos alimentares, busca ainda aprofundar-se em questões relacionadas à cultura e fenômenos psicossociais associados a estas patologias. Dificuldades e problemas afetivos são comuns e seguramente podem provocar alterações em nosso comportamento alimentar, levando-nos a comer mais ou menos do que o necessário para manter nosso equilíbrio orgânico. Enquanto algumas pessoas podem simplesmente parar de comer, outras podem assumir situações de compulsão alimentar decorrentes de defesas ou compensações elaboradas pela mente no intuito de “preenchimento de um suposto vazio emocional”.

Pessoas ansiosas, depressivas, estressadas, rejeitadas, solitárias, que passam por quaisquer destes conflitos emocionais são as mais propensas a desenvolver a obesidade psicológica ou outros transtornos alimentares, pois nosso organismo é capaz de produzir níveis de substâncias que permitam sensação de bem estar ou mesmo promover o desequilíbrio.

Os interessados no tratamento da obesidade precisam se conscientizar que, tratamentos mágicos como fluídos emagrecedores ou medicação milagrosa não existem e não garantem resultados positivos ou duradouros, podendo frustrar pessoas, provocar distúrbios alimentares relacionados a fatores emocionais, como bulimia, anorexia, compulsão e obesidade. Devemos buscar a harmonia em nosso interior para entrar em harmonia com a balança, pois os tratamentos mais adequados são aqueles que acompanham mudanças de dentro para fora e perder peso é mais do que buscar dietas malucas, devemos considerar ainda a estrutura emocional de cada ser humano.

Acompanhamento psicológico, avaliação nutricional e a inclusão de práticas de atividades físicas promovem resultados excelentes nos estoques de gordura do tecido adiposo, reduzindo medidas e ajudando a aliviar a ansiedade, gerando auto-estima e principalmente melhorando a saúde e qualidade de vida. O tratamento psicológico possibilita que o individuo altere sua estrutura emocional, permitindo-se novos recursos internos que possa lidar com suas questões, tornando-o mais reflexivo diante das dificuldades, ajudando a superar conflitos emocionais, colaborando para ampliar a consciência sobre si mesmo e promovendo maior equilíbrio emocional.

Será que você não é daquelas pessoas que come quando está com raiva, quando está ansiosa ou deprimida? Comer é necessário, mas muitas vezes comemos além do que precisamos para a manutenção de uma vida saudável e por vezes nosso comportamento desajustado pode ser a consequência de uma mente necessitada de ajustes. Quando o fator psicológico não está em ordem, sérias consequências podem surgir, se você está ansioso, sentindo-se culpado ou precisando de ajuda emocional, talvez saia por aí comendo feito um louco, mantendo uma auto-imagem negativa, culpando-se, sentindo-se inadequado, feio, esquisito, enfim, se sentindo mal consigo mesmo.

Dicas

Pense no motivo pelo qual você quer emagrecer, mas seja honesto com você!

Pense em seu comprometimento para conseguir esta meta, será que você tem capacidade de se esforçar por alguma coisa e fazer valer a pena?

A comida alivia a sua ansiedade? Todo ser humano necessita sentir-se completo e no controle da situação, será que você sente-se inseguro? Já pensou que pode estar comendo sem sentir fome, apenas usando a comida como uma válvula de escape para sentir por minutos a sensação de tranquilidade? Tente anotar cada alimento ingerido, por vezes você pode não estar percebendo o quanto come.

Suas preocupações te empurram ou autorizam a comer além do necessário?

Regule seus pensamentos automáticos que impedem seu emagrecimento como “evitar gastar comprando novas roupas”. Comer é um habito e hábitos podem ser facilmente modificados.

Se pra você comer é um vicio como todos os outros vícios, pense que comer nos faz sentir satisfação em curto prazo e poderá oferecer arrependimento em longo prazo, pense nisso e busque auxílio profissional.

Autor: 
Estela Cristina Parra

Psicóloga Clínica e Organizacional
CRP: 06/119083

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