Um cardápio de doenças a sua disposição.
A influência de nossos sentimentos sobre a saúde física nunca foi tão pesquisada como neste momento e nossas perturbações mentais vem entrando com força para dentro dos consultórios médicos. De acordo com a Revista Veja – Ed. 2037 – Cerca de 60% das consultas médicas referem-se a pacientes com queixas sem causa orgânica e as principais reclamações são: dor no peito, angústia, sensação de algum acontecimento ruim, fadiga, tontura, dor de cabeça, dor nas costas, falta de ar, insônia, aceleração dos batimentos cardíacos e dor abdominal.
Estamos passando por uma fase que é possível evoluir de frente à nossa própria percepção de saúde física e mental, buscando nos conhecer melhor ou podemos simplesmente tratar este assunto como um vizinho distante, daqueles que sabemos que está lá, porém não temos contato.
O conhecimento sobre a somatização vem demonstrando força desde o século XX, mesmo que já tenha sido reconhecido na Medicina Ocidental (pelo grego Hipócrates entre 490 a.C e 377 a.C.), momento que já fora considerada perigosa para a saúde. A Somatização, assim como as interferências pelo estresse, presentes no cotidiano vem agindo de forma silenciosa de forma que nossa mente utiliza uma espécie de troca daquele problema não trabalhado, afetando nosso corpo físico como uma forma de aliviar tensões.
De acordo com estudos realizados pela Associação Internacional do Controle do Estresse, o Brasil é o segundo país do mundo que apresenta os maiores níveis de estresse. Ambientes com excessos de ruídos, luzes artificiais que nos mantêm acordados à noite, excesso de informações e de preocupações – somados à ausência da atividade física ou de outras atividades prazerosas são alertas de perigo, é como se estivéssemos sendo alimentados diariamente com pequenas doses de veneno em nosso corpo ainda não adaptado.
A Psicossomatização orgânica é um processo contínuo, inseparável e inevitável entre nossa mente e corpo, acarretando descompensação/desequilíbrio. A ansiedade rotineira é um forte exemplo da Psicossomatização, pois provoca aumento da produção de adrenalina, atividade cerebral e muscular no intuito de promover ao nosso ser humano a condição de lutar ou fugir de um perigo iminente. Nestes casos de ansiedade nosso corpo poderá gerar efeitos nocivos no dia a dia como a taquicardia, hipertensão e depressão imunológica, os quais são perceptíveis para nossa consciência.
Se notar alguns destes sintomas, busque ajuda de um psicólogo, pois diferente dos medos e perigos visíveis, podemos considerar que as ameaças imperceptíveis merecem investigação clínica e aplicação de técnicas específicas para equilibração psicossomática.
Autor:
Estela Cristina Parra
Psicóloga Clínica e Organizacional
CRP: 06/119083