A dor da morte

A dor da morte

Não existe dor maior do que  de perder alguém!

Como  superar a perda de uma pessoa amada?

Existem formas de enfrentar a morte?

A morte sempre será brutal para nossas vidas, corroendo nossos corações, estraçalhando sonhos sem pedir licença, provocando medo, revolta, raiva, culpa, desinteresse por atividades comuns ou excessos em atividades (fuga), assim como outros sintomas negativos físicos e psicológicos.

A morte provoca um conjunto de sentimentos e emoções que requer um tempo para que sejam digeridos por cada pessoa. Esse tempo não pode ser apressado, pois cada um de nós possui um tempo emocional que deve ser respeitado, os quais refletem em sintomas físicos de vazio no estômago, aperto no peito, nó na garganta, falta de ar, falta de energia, boca seca, dentre outros.

Não existe uma fórmula mágica para ultrapassarmos estas dores sem sentirmos dor, por mais que tentemos evitar, não temos outro caminho a não ser aceitar e buscar superar o fato ocorrido. Porém, superar não significa esquecer, pois temos que aceitar e continuar a viver, assim como devemos aprender a lidar com a ausência do ente falecido, que nos leva a uma dor por mais ou menos dois anos de nossas existências.

As ações mais difíceis estão na readaptação da vida, no preenchimento do vazio causado pela pessoa que nos deixou e todos iremos um dia encarar estas fases:

  • Negação – Esta fase acontece no primeiro momento do luto, quando nos parece impossível aquela perda, momento em que temos dificuldade em acreditar, pois a dor é tão grande que parece não ser real.
  • Raiva – Mesmo com a perda consumada, temos dificuldades em aceitá-la e pensamos “por que aquilo aconteceu conosco?”, momento em que surgem sentimentos de raiva onde até mesmo palavras de conforto podem soar como falsas.
  • Negociação – A negociação acontece quando o individuo começa a tentar negociar a perda com Deus, pedindo para que não seja real, buscando promessas ou sacrifícios.
  • Depressão – Assim que notamos que a perda é inevitável, que não há como escapar, o vazio da pessoa toma conta, sonhos e projetos se vão, assim como lembranças surgem, resultando em estados de depressão.
  • Aceitação – A última fase e momento em que aceitamos a perda com paz e serenidade, fase que o vazio vai se preenchendo, alterando nossas perspectivas de vida.

Todo este processo de luto costuma acontecer em silêncio, de forma solitária, pois todos nós estamos sujeitos a pressões sociais que nos forçam a sair deste processo antes que ele realmente termine. Desta forma, antes de completarmos o ciclo do luto temos que nos apresentar fortes, pois nossa cultura nos ensina que pessoas tristes por maior tempo são fracas e inconvenientes. É como se precisássemos manter comportamentos socialmente aceitáveis de acordo com o que é correto, contrariando nossas reais necessidades psicológicas.

Essa atitude em fingir estar bem causa maior ansiedade, confusão e até mesmo depressão, pois é como se nossos sentimentos de dor e falta de um reconhecimento social nos transformassem em pessoais anormais.

A dor existe para ser vivida, compreendida e principalmente superada, jamais ignorada ou negligenciada. O luto é uma das experiências mais dolorosas do ser humano e pode desestruturar pessoas, porém é uma fase que todos deveremos viver.

O alerta de perigo acontece quando a última fase do luto se agrava, pois alterações afetivas e de humor são comuns e a fase depressiva não deve perdurar.

Busque incentivar aqueles que amam a procurar ajuda e suporte terapêutico, pois a psicologia já evoluiu muito e se apresenta como a melhor ajuda que um amigo ou familiar pode dar para quem vive a dor da perda.

Busque viver bem a vida, mas pense que sua vida é o agora! Tenha coragem para lutar pela alegria, coragem para mostrar seu amor a quem ama hoje, não deixe de beijar e abraçar quem ama agora, pois estes são os prazeres que mais nos promovem bem estar.

Autor: 
Estela Cristina Parra

Psicóloga Clínica e Organizacional
CRP: 06/119083

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